Não é nenhuma novidade que uma das enfermidades do homem moderno é a superficialidade.
Um homem sem vida interior. Um homem voltado para fora, incapaz de suportar o silêncio, a solitude, o "deserto". É isso que vemos.
De fato, o homem moderno é voltado para fora, para as coisas, para as ações e realizações, para os bens e seu valor material.
Mas esqueceu-se de sua alma.
O silêncio já lhe é insuportável, teme um encontro com sua alma, sem saber o que lhe dizer. Apressa-se, então, a ligar uma televisão,mesmo que não seja para assistir ao programa -, um rádio, o computador. Isso, se não puder sair rapidamente de casa, ir a um shopping cheio de gente, ou, se for crente bem intencionado, visitar algum necessitado, se for só crente irá pra um culto desses beeem barulhentos, "do fogo" e cheio de gente.
Tudo, menos ficar sozinho consigo mesmo.
Pergunto então:
Como se darão, na vida de um cara assim, os processos de arrependimento, perdão ou gratidão, para citar apenas alguns fenômenos centrais da vida cristã .
Sem uma conversa franca com sua alma? Como seremos convencidos de nosso erro, ou resolveremos nossas dúvidas, sem o diálogo interno?
To dizendo isso porque to tentando mudar alguns hábitos. Sempre fui meio “afobado”. To diminuindo o ritmo.
Suave...10km/h, desacelerando.
Isso porque não quero ser mais um de nossa geração.
Nossa geração, esquecida desse diálogo interno, abre mão de uma das mais ricas disciplinas cristãs: a oração meditativa; e a entrega.Sem ela, dificilmente uma experiência, uma exortação, um ensino, serão incorporados à nossa vida, como algo genuinamente nosso, pessoal.
Sei que esse papo todo é meio “Zen” e tal, mas estou convencido de que Jesus propunha encontros com nossa alma, ao nos exortar a entrar em nosso quarto e, fechada a porta, orar ao Pai que está em secreto (Mt 6:6).
Talvez esse encontro a três nos seja, a nós, seres modernos, apressados e superficiais, mais difícil e temível do que o próprio ato de perdoar