sábado, 18 de setembro de 2010

"A simplicidade é uma força que vence todas as astúcias."


Coisas extremamente simples acham um lugar imortal no coração.

Lembro-me quando criança, montava fliperama numa tábua de madeira.
Eu explico.
Arranjava uma tábua, pregava uns pregos estratégicamente posicionados na tábua de forma que a distância entre eles ficassem esticados elásticos (desses de escritório). Na base pregava mais dois tocos de madeira que serviam para eu manusear e soltava uma bolinha de gude a rolar pelo meu "fliperama".

Também fazia ônibus com caixa de creme dental, carrinhos de rolimã e outras bugingangas da molecada.

Hoje, vejo minhas filhas brincando, brinco com elas e percebo como algumas coisas não mudam. Isso porque as crianças acham tudo em nada, enquanto os adultos não acham nada em tudo.

A Babí, minha mais velha está com 07 anos e sonha em ser sereia.
As gemeas Clara e Manú estão com quase três aninhos e são pura inocência e doçura, me emociono brincando com elas.

As crianças que moram em nós são eternas.

O inferno foi criado para o diabo e seus anjos, conforme disse Jesus, mas, também, foi criado para um monte de gente grande.

Gente pequena não vai pro inferno. Não sabem o caminho. Gente grande é que diz que sabe todos os caminhos.

Criança não precisa orar. Criança é a oração!

Criança não precisa crer. Crer é o modo da criança!

Criança não precisa confiar; afinal, confiança é só que ela tem.

Aprendo com minhas filhas que nós adultos, estamos cada vez mais imbecilizados pela falta de amor, simplicidade e humildade.

Nunca quero me esquecer das simplicidades e ingenuidades de minhas filhas. Guardarei esses anos em meu coração, isso porque a memória cerebral nada tem a ver com a memória do coração, memórias simples do coração, são imortais.

Um comentário:

Carol Bonando disse...

Nossa! Que legal!!! Adorei a forma como escreveu sobre suas filhas.
Imagino que seja assim mesmo... que minaa inocência não suma nunca, tem coisas que ainda nao consigo entender (25 anos) e penso que nao quero mesmo entender, pra manter a inocência...
seu texto ficou lindo.